Noticias sobre NIVA

Reportagem do Salão de Moscou - Jan/2001

A russa Lada vai finalmente retomar as atividades no país. No ano passado, a empresa chegou a divulgar a intenção de construir uma fábrica em Goiás e também no Mato Grosso do Sul. Agora, parece que a marca irá realmente se instalar no Espírito Santo. A partir de março, a primeira unidade industrial da Lada no país começa a ser construída em Vitória. A fábrica montará em regime de CKD o jipe Niva, com motor 1.7 e injeção monoponto de combustível. Este propulsor desenvolve 80cv de potência e 13,3 kgfm de torque. A estimativa da montadora é montar 18 mil unidades por ano. Para isso, pretende usar a mesma arma que fez a marca ser a mais vendida entre os modelos importados nos primeiros anos da década de 90: o preço baixo. A montadora planeja vender o Niva por cerca de R$ 16 mil.

Três brasileiros se unem para investir numa fábrica no ES  -  Jan/01

Niva “made in Brazil”, para alegria dos jipeiros  - Marli Olmos | De São Paulo
O Niva, aquele jipe importado da Rússia em meados da década de 90, vai voltar ao país. Desta vez, fabricado aqui mesmo, por três sócios brasileiros, que vão investir R$ 52 milhões numa fábrica que será erguida no Espírito Santo. Nesta sexta-feira eles vão a Vitória buscar a aprovação de uma linha de crédito de R$ 10 milhões, a ser liberada pelo Banco do Estado do Espírito Santo. O governo capixaba doou um terreno de 941 mil metros quadrados que abrigará a linha de montagem em 600 mil metros e fornecedores de autopeças nos restantes. Hoje, os três sócios se reúnem para concluir o estatuto da empresa que criaram, a L Motors – o “L” é referente à inicial dos nomes das esposas de dois deles.
Sonho de quem vive no setor desde os tempos do velho jipe Willys, o modelo russo “made in Brazil” pretende resgatar um veículo feito para quem quer trabalhar, segundo o presidente da L Motors, Carlos Roberto Vilhena Moraes.
O veículo a ser fabricado no Espírito Santo terá tração nas quatro rodas, motor 1,7 e será feito também na versão picape. “E mais uma sem capota para atender aos encantos do consumidor tipo Patricinha”, brinca Vilhena, que abandonou o cargo de diretor-executivo da entidade que representa os importadores, a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos (Abeiva) para se dedicar ao empreendimento. Segundo ele, nos próximos meses, a L Motors começa a vender o Niva importado da Rússia por R$ 20 mil.
Quando o veículo passar a ser fabricado no país, o que deve ocorrer dentro de no máximo 14 meses, o preço vai cair para R$ 16 mil. “Não vamos colocar airbag e outros equipamentos sofisticados porque a idéia é fazer um veículo destinado ao uso na agricultura”, explica Vilhena. Os russos não entram no investimento. Mas vão vender tecnologia. Em fevereiro, os três brasileiros estarão na Rússia para negociar a troca de tecnologia com a Avtovaz, a empresa que hoje fabrica o Niva naquele país. Ao contrário dos tempos em que o veículo era exportado para o Brasil pela Lada, o Niva de hoje é mais moderno. Tem estilo europeu e leva motor da Opel, o braço europeu do grupo General Motors. Para a linha de montagem brasileira, Vilhena explica que já está negociando com fornecedores de motores, como a MWM. O Niva brasileiro vai, aliás, nascer com índice de nacionalização de 42% já pronto graças a uma situação inusitada.
Como ainda há muitos dos importados rodando pelo país sem o respaldo de assistência técnica, o consumidor aprendeu a colocar no carro peças que encontra no mercado. Isso criou um mercado especial de manutenção para as 11 mil unidades do Niva que rodam pelo país, fruto das importações que se concentraram entre 1990 e 1994. Em dois anos o índice de conteúdo local chegará próximo de 65%, segundo Vilhena, graças ao método de fabricação modular.
Trata-se do conceito usado pelas multinacionais do setor, que leva os fornecedores para próximo da linha. O projeto prevê fabricar 4 mil unidades por ano.

Abril/2000 - Novo Niva

A Lada, uma das primeiras marcas estrangeiras a desembarcar no Brasil, no início da década de 90, chegou a vender pouco mais de 28 mil veículos, entre Laika, Samara e Niva, e agora está sem concessionárias exclusivas. De acordo com Antonio Carlos da Silva Gonzales, gerente de Comércio Exterior, a empresa está em negociações com investidores para a reestruturar a marca no Brasil. Um novo Niva, totalmente reformulado, começou a ser produzido na Rússia neste ano. Se a marca se reerguer por aqui esse seria um dos produtos oferecidos. O Niva antigo ainda pode ser encontrado em revendas multimarcas. Por enquanto, Gonzales diz que a empresa sobrevive dos serviços de assistência técnica e da venda de peças de reposição.

Consultando a própria Lada na Rússia, fica claro que o modelo novo é MAIS um modelo e não substitui o velho, que nós conhecemos, que está sendo oferecido com chassis curto, como os que temos no Brasil, chassis longo com 4 portas e algumas pick-ups. Ao que parece, o modelo novo está bem melhor desenhado que aqueles protótipos que andamos vendo, é 4 portas e sua intenção é concorrer no mercado de SUVs pequenos (Grand Vitara, Sportage, RAV-4, CRV) e não o mercado de jipes.

Em abril, foi aberto um representante no Uruguai, que compra os Nivas direto da Rússia e não como o atual brasileiro que compra do representante do Panamá, que compra do representante francês, que compra da Rússia. Foi feito um evento de fim de semana, com a presença dos donos de concessionárias do Mercosul e cada um levou o que pode. O preço de venda no Uruguai para os concessionários foi em torno dos 7.500 dólares, modelo 99 (janela sem quebra vento) com bancos decentes e ar-condicionado. A marioria veio com pneus radiais de rua. No fim de semana uruguaio, foram vendidos 4.000 Nivas 1.7i, com alíquota zero do Mercosul. Atualmente a Lada possui alguns carros sedan e vans muito interessantes para o mercado brasileiro.

Veja aqui algumas fotos dos modelos de veiculos produzidos pela Lada na Russia (2000)