Encontro Nacional Jipenet 1999

Tudo combinado na Lista, fomos no sabado, dia 27.3.99 para a Praia de Castelhanos, Ilha Bela. Acompanhe aqui o relato desta aventura, feito pelo Decio Pedroso:
Senhores:
Acabo de deitar em minha cama no hotel Pousada do Capitão, que a partir de hoje passará a se chamar Pousada do Cacetão, como veremos.
Estamos agora em 7 jipes. No comboio viemos em 5 (três Bands, 1 Samuca e 1 Land).
Largamos do posto BR (1o da A. Senna) por volta de 21h20. Fizemos uma viagem das mais tranquilas e pegamos a Rod. dos Tamoios à direita para descermos em direção à Caraguatatuba.
Neste momento, o Miro (que não pertence - ainda - à nossa lista) me chama pelo celular informando que acabara de pegar a estrada. Ótimo,poderemos nos encontrar na Balsa.
Descemos a serra procurando fugir dos Kamikases que teimavam em arriscar vidas a cada ultrapassagem. Em QAP pelo canal 16, travamos contato com maracanudos de Caraguá, que também operam nesse canal. Imediatamente divulguei a eles que o canal 16 era o canal oficial dos jipeiros em todo o país. Achei desnecessário dizer que aquilo havia sido decidido há poucas semanas por nós mesmos :-)
Informaram-nos que o pessoal de Ilha Bela ocupa a canaleta 32. Isso contém duas informações importantes: a 1a é que há efetivamente em I.
Bela uma turma de PX. A segunda é que há um canal onde encontrar esse povo em caso de necessidade. A informação ainda não foi confirmada mas se o for, deve ser registrada por todos que por aqui pretendam se aventurar.
Quando já passávamos a entrada da balsa, era a vez do Borges ligar informando que sua Pajero já vinha comendo estrada (e alguns Uno Mille). Fizemos uma onda para aguardar o Miro com sua Band semi-virgem e, quando já desistíamos de esperar por ele, a formosa Band surge em nossa cola.
Enquanto aguardávamos a chegada da balsa, Fernando Neto (filho do Neto da lista) achou que era hora de dar manutenção em seu brinquedo, digo, Samuka. Levantou-o no macaco e foi fazer alguma coisinha simples, como regular o rolamento de encosto da roda. È claro que seu Carlos foi recrutado para o serviço, antes que o menino estragasse o brinquedo. Vcs não calculam o ar de felicidade dos motoristas que estavam atrás quando percebiam que metade da transmissão do Samuka estava desmontada.
Descobrimos que esse Samuka é´uma espécie de Lego que o Fernando Neto tem a seu dispor :-)
Enquanto isso, Danilo descobria mais alguma coisa para não fazer: colocou o PX do Samuka em PA para acionar a tremenda corneta de som que o brinquedo em questão escondia sob o capô. Vendeu pamonhas, caldo de cana, uma barbaridade de coisas que não se pode imaginar.
Enquanto isso, Wagner, sua esposa Andréa e sua Band Ilha da Fantasia (tem uma capota de lona vermelha que lembra os carros da ref. ilha) repousavam tranquilamente no hotel, já que, livres dos infortúnios a que se prendem a maioria dos mortais, como trabalho, por exemplo, tinham ido para a Ilha na sexta à tarde.
Quando a balsa chegou embarcamos todos. Em breve chegaríamos à Pousada do Cacetão.
Já no hotel, 1h30 da matina, deparamo-nos com um vigia sonolento, que aparentemente não nos esperava. Com muito custo conseguiu localizar nossas reservas, mostrando-nos um papel de pão que relacionava o que seria a ocupação de todos os aptos. Lá via-se claramente os aptos que deveríamos ocupar sendo que dois estavam riscados. Um era o do Wagner, que já dormia a sono solto. O outro era o que seria ocupado pelo Sr. Carlos. Ele havia sido ocupado por outrem. Apontamos o problema para o sonolento homem que imediatamente chamou a funcionária que deveria cuidar de reservas. Ela chegou muito bonitinha mas não resolveu nada. Chamou então a Dna. Inês. Senhora finíssima, que dirigia o hotel como quem cuida de porcos.
Chegou gritando, que a culpa era nossa, que o Sr. Carlos havia cancelado a reserva, etc.
Não adiantava eu argumentar que o Carlos que havia cancelado a reserva era o Carlos Moura, e que o Carlos Japonês, nosso mecânico, nem sabia o telefone do maldito hotel. Também não adiantava argumentar que eu havia feito o depósito de 50% referente à reserva de 7  apartamentos, e não 6 como ela havia disponibilizado para nós.
Lá pelas tantas, nosso Pitbull de plantão, o Danilo, eleito para esse cargo nesse fim-de-semana, por essa e por outras, resolveu encarar a jabiraca dirigindo-lhe algumas palavras doces.
Ela revidou chamando-o de moleque, envolvendo os dois Fernandos nesse elogio.
O circo estava armado. Chamou o Pacheco, seu sócio, que chegou assim que pôde. E parece que veio de uma reunião dos Alcóolicos Anônimos, onde demonstrava, diante de uma interessada platéia, os malefícios causados pelo álcool. Como a platéia, embora interessada, aparentava ser totalmente obtusa, a sua demonstração estendeu-se por várias garrafas, já que o cidadão chegou trançando as pernas, sem conseguir terminar uma frase com o mesmo assunto que havia começado.
Por duas vezes ameaçou-se chamar a polícia, o que não foi feito. O bate-boca corria solto. Eu já não falava mais nada. Então o Jorge e a Sônia chegaram com a notícia: as camas de seus filhos não haviam sido montadas. Quando o foram, os colchões utilizados estavam para lá de mofados. As crianças estavam dormindo no chão.
Seu Carlos, até agora calado, disse que não ficaria mais lá, que podíamos parar de brigar por causa dele. Assim, nesse estado de ânimo, fomos convidados eu, o Jorge e seu Carlos a continuar a conversa em uma sala contígua, onde estaríamos a salvo das dentadas do Pitbull. Dna Inês conduziu o cambaleante Pacheco para a bendita sala e sentamo-nos todos em volta de uma grande mesa. Depois de muita conversa, onde aliás o Jorge destacou-se como diplomata (sugiro criarmos essa cadeira na diretoria da Itajaquara-Tur. Demais diretores, por favor manifestem-se). Acalmou a histeria da Dna. Inês, captou a atenção do sonolento Pacheco e discursou até 2h00 da manhã. Quando estava tudo combinado, que eles acomodariam o seu Carlos em outro hotel, chega o Borges sem saber de nada, e pergunta por seu quarto. Quase morri de rir.
Fomos dormir finalmente, cada qual em seu quarto e seu Carlos foi  conduzido ao hotel que lhe destinaram.
No dia seguinte fomos acordados às 7h00 pelo hotel e às 7h15 pelo Borges, que já estava reclamando que ninguém aparecia, que ele queria ir embora, etc, etc, etc.
Danilo e os Fernandos (não parece nome de banda?) tinham ido acampar e  nos encontrariam às 9h00 em frente ao hotel. Às 9h00 eles chegaram e trouxeram juntos 2 Jeeps. Era o Kleber e sua galera, que tinham vindo de Igaratá somente para o passeio. Saíram às  5h00 da manhã e estavam com o pique todo.
Foi então que vimos: Danilo voltava sem uma roda livre! Ela havia sido literalmente decepada da roda. Como sempre, ele aprontava mais uma. É que na noite anterior, para economizar a diária do camping, eles resolveram acampar morro acima e, na trilha que escolheram, Danilo deu  uma 'pequena' topada em uma 'pedrinha'. Até a roda da Band ele conseguiu amassar.
E lá foi o seu Carlos dar um jeito na encrenca, logo após regular o rolamento da roda do Samuka do Fernando, que não conseguira fazê-lo na balsa (lógico).
Enquanto isso, meu telefone tocou e era o Paulo Sérgio dizendo que se juntaria a nós em breve, pois já estava na balsa. Aproveitei para ligar para o Fábio Parmesão (aquele da famosa Faixa Azul). Ele disse estar aguardando pela próxima balsa, e combinamos de nos encontrar na boca da trilha. Fomos para lá. Já éramos:
1) Band Assassina - Decio, Débora e Juliana;
2) Band 4x3 - Danilo, Renato e Denise;
3) Band Branca - Miro e sua namorada;
4) Band Ilha da Fantasia - Wagner e Andréa;
5) Band Vermelha - Seu Carlos & Cia.
6) Pajero de Shopping - Borges (pessoal, eu estou saindo da lista...) e Andréa II
7) Samuka Lego - Os Fernandos;
8) CJ5 Vermelho - Kleber e seus Blues Cats;
9) CJ5 Verde - Osni e a galera ôôô, esse Jeep é um horror!
10) CJ5 Verde Limão - Paulo Sérgio e sua banda.
Na boca da trilha, sem nenhum aviso, eis que surge nosso amigo Jefferson com seu Vitara Concessionária (mais original impossível).
Pelo rádio, o Fábio nos avisou que ainda estava na balsa e pediu para que fôssemos na frente. Os onze jipes partiram morro acima em uma easy-super-baby-light-begginer-track. Fomos subindo até o topo. Já pensávamos voltar no fim-de-semana seguinte com nossos Kadett, Corsa, Palio, etc. Quando então a coisa começa a ficar divertida. Erosões e barro para tudo que é lado. Algumas escorregadas aqui, outras lá. Balanços nos jipes, a turma começou a se animar. Enquanto isso, o Fábio ia nos descrevendo as peripécias por que passava uma Pajero que ia a sua frente, um pouco atrás de nós.
Logo, logo, o CJ do Kleber fez o que ele sabe fazer de melhor: ao atravessar uma cusparada que alguém havia dado, engasgou, tossiu e arriou com o distribuidor molhado. Comboio parado, muita risada, a Pajero despinguelada e o Fábio encostaram.
Secos o distribuidor e algumas latinhas de cerveja, pusémo-nos mais uma vez a caminho e chegamos à belíssima praia de Castelhanos. Encostamos os jipes e começamos a preparar o churrasco do ano. Enquanto isso, Danilo ficou tentando quebrar o Samuka do Fernando enquanto ia de lá para cá com ele pela areia da praia. Ao mesmo tempo, um dos CJ demonstrava como fazer um Jeep sumir na areia da praia.
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Nisso, quem é que aparece? Se não o visse com meus próprios olhos, jamais iria acreditar: Raul Caramashi. Isso mesmo! Despencou-se de Goiânia até a Ilha Bela somente para participar do encontro (enquanto que, certos companheiros, distantes apenas uns 300 Km, não nos brindaram com o ar da sua graça...:-D). Por esse feito, o Raul ganhou o título de Diretor para Assuntos de Longa Distância e Roubadas em Geral. Aliás pensando bem, ele tem mesmo uma carinha de DDD :).
Comemos o delicioso churrasco preparado pelo Borges ALL e fomos para o mar. Na volta deparamo-nos com um quadro deprimente: Mamado, para lá de Bagdá, deitou-se na areia, apoiado adivinhem onde: no pneu traseiro esquerdo da Band do Danilo. O mesmo lado em que sai o escapamento, imaginem...
Nesse momento, Danilo ficou subitamente preocupado com o sistema de partida de sua Band e teve que testá-lo. Do mar, Fábio filmou e fotografou tudo e disse que, no momento da partida, só viu os dois pés do Jorge se agitando em meio a uma densa fumaça negra.
Diante deste relato , onde a Land foi vergonhosamente esquecida (inclusive liderou na trilha até castelhanos).Proponho:
1.Deixar a diplomacia de lado.
2
.Assassinar o Vice-presidente da Itajaquara-tur (o Pitbull Danilo)
3.Promover o Impechement do Presidente da Itajaquara-tur (Decio Cubas Pedroso)
Pela Democracia na Itajaquara-tur

[]s golpistas :-D
Jorge/land/SP

     
  PROPOSTA NEGADA !
Às 16h00, pegamos o caminho de volta na seguinte ordem: Seu Carlos puxando, eu logo atrás para garantir a subida da Pajero e da Land erosões acima.
Prevíamos um passeio mais interessante na volta. Cinco minutos depois, demos por falta dos dois CJs de Igaratá. Danilo, que vinha atrás fechando a trilha, voltou para resgatá-los. Dormindo, não haviam percebido nossa falta. Troféu Distração para eles. :)
Quando cruzávamos um pequeno rio de leito de pedra, encontramos a Pajero dançarina que, numa demonstração de arrojamento, manobrou no meio do rio para voltar conosco.
Fomos enfrentando um buraquinho aqui, um barrosinho ali quando encontramos com outra Pajero (que inflação!). Toda a tripulação para fora, pedindo ajuda. Para aqueles que, dias atrás discutiam sobre que carros davam problemas na trilha, vejam isso: ela estava sem tração dianteira e enroscaram na subida cheia de erosões que se estendia à nossa frente.
Combinamos que seu Carlos subiria, em seguida eu puxaria a Pajero para cima. Mas ao ver a Band de seu Carlos subindo, todos nós compreendemos que a Pajero só viria sob guincho. Eu subi, seu Carlos manobrou no alto do morro e posicionou-se para puxá-lo. Descarregamos todo o cabo de seu Warn 9000 (menos as voltas de segurança) e o cabo não deu. Emendamos meu cabo extra, ancoramos a Band do seu Carlos na minha e lentamente, trouxemos a Pajero para cima. A próxima era a V6 bailarina do Edgar (em breve na nossa lista).
Sem nenhuma experiência anterior, ele punha toda a potência do seu motor 3500 à prova. Lançou-se erosão acima quase levando duas Bands e outra Pajero no peito :).
Enquanto isso, de tanto brincar na travessia do rio, o CJ Verde de Igaratá finalmente apagou. Morte súbita. Com esse diagnóstico, Danilo vinha puxando-o até encontrar com o comboio, que aguardava o fim da operação guincho.
Com dois focos de problemas, decidimos que eu e o Seu Carlos seguiríamos na frente com a Land e as três Pajeros (a do Borges também já tinha passado). Pelo rádio, íamos ouvindo o desenrolar dos acontecimentos que deixávamos para trás. Sugeri que a Band da Fantasia, do Wagner e Andréa esperasse pelo Danilo e seu CJ morto para içá-los para cima.
O comboio avançado chegou sem maiores novidades até um topo mais plano. Dispensei a Pajerona sem tração para seguir pois acreditávamos que dali para a frente não haveria maiores dificuldades.
Esperamos o resto do comboio, que demorou bastante para chegar, e pelo rádio soubemos que o pneu do Raul Caramashi havia furado. Segundo relatos de testemunhas, o fato se deu por excesso de carga, sendo que seu proprietário não atentara para especificações contidas na lateral do pneu. Lá estava expressamente recomendado cuidado após conduzi-lo em situações limites (como o Raul após um churrasco :)).
Após o comboio todo ter sido novamente reunido, deparamo-nos com outro problema...
Na verdade, o novo problema era o mesmo. A Pajerona 4x2 estava logo ali, entupindo novamente a trilha. A noite começava a cair.
È que o topo em que chegamos não era o alto da montanha ainda. Havia muito mais subida pela frente e, quando o caldo engrossou a Pajero agarrou novamente.
E a Itajaquara-Tur chegou para o auxílio. Mais uma vez, Seu Carlos e a Band Assassina na frente, as três Pajeros na seqüência seguidas pela Land. Passamos as várias erosões na subida e fomos seguindo. A Pajero do Borges ia tranqüilamente sendo conduzida por nossa Diretora de Assuntos Gastronômicos, Andréa. O Borges já estava lá para trás, fazendo o que mais gosta: brincar de fiscal da CET.
- Mais para cá. Agora vem. Acelera, acelera!
Enquanto isso, os carros menores penaram um pouco mais para passar. Quando já estávamos mais a frente, ouvi um chamado pelo rádio dizendo que um dos Vitara havia ficado, sem carro para puxá-lo. Deixei as Pajero e a Land passarem e manobrei na trilha. Podem imaginar a facilidade de fazê-lo com uma Band longa SEM direção hidráulica. Mas tudo bem, o que não faço por amigos.
Acabo a manobra e embico a Band morro abaixo em direção aos companheiros de trilha. Mas mal começo a descer, um novo rádio nos dá conta de que o Vitara estava liberado!
Toca voltar de ré até o ponto de manobra e fazer tudo de novo. Pelo menos aumentei meu tônus muscular!
Estava seguindo agora atrás do microônibus do Jorge quando fizemos mais uma parada. Encontramos uma Land 90 bonitinha vindo no sentido contrário. Só que sua dona e motorista estava desesperada! Segundo ela, quase capotara em uma erosão que deixara para trás. Queriam acampar em Castelhanos mas depois do susto, e ao saber as condições da  estrada para frente, resolveu manobrar e seguir conosco. Enquanto conversávamos, o resto do comboio nos alcançou e eu só ouvia o Borges, nossa gralha de plantão, perguntando por que o comboio parara. Clamava pelo rádio para que continuássemos, que o Danilo vinha puxando o CJ e que tínhamos que ir logo, rápido!!
Na noventinha, verificamos que vinham, além de sua motorista, mais cinco passageiros, toda a tralha de acampamento dos 6 e, pasmem, um violão!!! Imaginem o que trariam numa 110!!! :)
A menina não conseguia nem manobrar a Land. Pedi para a Débora levar a Band e fui para a 90tinha. Juliana, minha filha de dois anos, presa em sua cadeirinha com cinto de 4 pontas estava inabalável. Alegre, ia cantando, como sempre faz nas trilhas:
- É a estraaaada, do pula-pulaaa. É a estraaaada, do pula-pulaaaa!!! A noite já fechara completamente.
Com a ajuda do Fábio Parmesão (aquele da Faixa Azul) e da Sônia, manobrei a confortável Land, embicando-lhe no rumo certo. E não é que menina não queria mais dirigir? Estressara, coitada...
Avancei então sobre a erosão, que tanto susto causara a sua motorista e passamos sem problema. Minha Band vinha firme atrás. Paramos em seguida para esperar os demais e qual não é minha surpresa ao deparar-me com o Capotando Henrique Aldemundo em minha janela. Ele é que havia passado minha Band!!!
Bom, a menina da Band queria alguém com experiência. Então achei que não havia ninguém mais indicado naquela trilha para capotar um carro do que ele. Na verdade, lembrei depois, o mais indicado seria o Raul, que já coleciona 7 capotagens em sua carreira (todas para o lado esquerdo :-D).
Infelizmente ele havia ficado para trás. Com a autoridade que só a experiência fornece, o Capotando assumiu o controle da Landinha e fomos em frente.
Ah! cruzamos também (no sentido familiar), na mesma ocasião, com os amigos surfistas do Fábio, que estavam indo acampar. Seu nivinha prosseguiu inabalável em direção a Castelhanos. Enquanto o Fernando seguia com a menina da Land, eu voltei para a Band, dando carona para as outras duas meninas. Os três cuecas que as acompanhavam foram distribuídos pelos outros carros. Um deles, inclusive seguiu com o Fábio. O comboio ia seguindo. E nosso Pitbull de plantão avançava novamente. Primeiro encrencou com o pessoal que leva turistas para Castelhanos.
Embora andando de jipe, eles não são jipeiros. Enquanto nós nos divertimos, eles estão lá a trabalho. Têm hora para cumprir. É natural que quisessem ultrapassar o comboio, já que não passávamos por nenhuma séria dificuldade e eles estavam com os carros cheios de turistas cansados. Acontece que o Danilo achou que eles deveriam ficar láaa atrás, depois do limpa-trilha. Brigou com eles.
E não contente com isso, ainda encheu o saco dos Jeepeiros (como se ele  não fosse), só por que estava puxando um deles (como se eu já não tivesse PHD em puxar Jeep do Danilo pelas trilhas do país :-D).
Avançou sobre eles também. Au-au.  Depois ficou manso. Era só fome.
Quando finalmente cruzamos a porteira do parque, a parada para as mentiras foi inevitável. A menina da Land, mais calma, iria agora levá-la. Mal o Fernando voltou para o Samuka do outro Fernando, a gozação começou: e aí, Fernando, traçou a Land? Engatou a quinta marcha ou escorregou? E por aí a fora. Acho que os comentários só não foram mais explícitos em respeito às crianças à bordo. Mesmo assim, podíamos ouvir delicadezas do tipo:
- Aqueles caras, hein? Uns bananas! Como é que deixam as meninas naquela situação? Tem que ser muito Mané, né?
Depois saberíamos que um dos corajosos passageiros da Land ainda estava no Niva Parmesão!!! Ouvindo tudo, é claro. :-D
Chegando na Vila, o grupo se dispersou. Eram 21h00. Combinamos de nos encontrar em frente à Pousada do Cacetão ás 22h00, após o banho de que todos carecíamos.
É claro que tivemos algumas baixas na trilha do jantar mas o espírito da Itajaquara-Tur estava presente. Alguns de nós jantaram, outros comeram pizza. Demorou prá cacete mas as conversas sobre a trilha fizeram o tempo passar rápido. Esgotados, fomos para a cama, deixando combinado para o dia seguinte:
- O último que acordar, acorda os outros!
O dia seguinte estava marcado em nossa programação como free-hotel-day e aproveitamos um pouco de sua piscina. Cansados da trilha de sábado, já não pensávamos mais em subir pela trilha da Petrobrás.
Então...
Acordamos tarde. Era domingo. Depois de um lauto café da manhã, dirigimo-nos finalmente à piscina. Depois de refrescar até nossas almas, Borges, sempre apressadinho  resolveu ir na frente. Logo após, saíram Wagner e Andréa. Miro e Raquel já tinham ido mais cedo. Quando finalmente resolvemos sair, encontramos com Danilo e os Fernandos. Logo após apareceram o Jefferson e o Fábio Parmesão (aquele da Faixa Azul). Encontramos com o Raul em frente ao posto. Ninguém queria almoçar. Só as crianças e seus pais. Combinamos de fazê-lo em S. Sebastião e encaminhâmo-nos para a balsa.
Raul e seu navegador resolveram ficar por lá. Voltariam com mais calma qualquer dia desses... Na saída, o Fábio emparelhou comigo e perguntou se subiríamos pela  estrada da Petrobrás. Falei que não, pois além de estarmos cansados e já ser tarde, os presentes não sabiam como pegá-la. Quando o Fábio disse conhecer o caminho, os demais problemas se resolveram :). Pelo rádio, fomos trocando idéias a respeito da opção.
Quando chegamos, havia uma balsa esperando. Mas como não caberíamos todos, resolvemos esperar a próxima.
Aproveitamos para combinar que, depois do almoço, cada um seguiria o caminho que preferisse. Quem quisesse subir pela Petrobrás, seguiria o Fábio, quem preferisse subir pela Tamoios seguiria o...Seguiria quem? Quem vai pela Tamoios?
Adivinhem: ninguém queria ir pela Tamoios. Essa é a verdadeira Itajaquara-Tur.
Almoçamos regiamente e pegamos a estrada. Seguindo as orientações do Fábio e as que pegamos pelo caminho, com uma riqueza impressionante de detalhes, nos perdemos. :-D
Fomos até Caraguá, voltamos, perguntamos e achamos finalmente o caminho. Como dica, anotem aí: a entrada fica na Rio-Santos, sentido Caraguatachuva-São Sebastrovão, a 8 quilômetros da rotatória da Tamoios, junto a um depósito de materiais de construção.
O começo da estrada tem bastante costelas-de-vaca e muita poeira.  Depois que entramos à esquerda seguindo a placa que indica Salesópolis, tudo muda. O calçamento da estrada passa a ser diferente. Eu não o conhecia. É uma base de pedra recoberta por uma camada de terra bem compactada, que fica lisa como um asfalto, tornando o rodar bem  macio.
É claro que nem tudo são flores. Apesar de bem conservada, a estrada tem muitos trechos em que a camada superior de terra foi levada pela chuva. Nesses trechos, somos obrigados a rodar sobre as pedras. Não é nada de extraordinário. Dá para passar até com carros pequenos. A não ser é claro que você vá com o Danilo.
Tentando acompanhar o Fábio, forçou a Band em uma curva arrastando os pneus. Como ainda estavam murchos por causa da trilha de sábado (imaginem se ele tinha se dado ao trabalho de calibrá-los...), a câmara correu e furou. Comboio parado, Juliana, minha filha, aproveitou para um xixi rápido enquanto seu Carlos cedia seu estepe ao Danilo (grande risco).
Começava a serra. E como subia! O altímetro do GPS dos Fernandos ia acusando o progresso de nossa escalada enquanto nossos ouvidos zuniam.
Cruzamos por lindas cachoeiras e paramos em algumas. Mas como já era final de tarde, ninguém se aventurou a um banho. Também observamos diversas derivações da estrada principal que eram verdadeiramente tentadoras para jipeiros juramentados como nós. Infelizmente, dado o adiantado da hora, combinamos voltar para lá em breve, quando faremos (já fizemos - aguarde relato) para uma exploração mais cuidadosa.
Continuamos subindo, e como sempre, pelo rádio, um ia provocando o outro por qualquer bobagem: a forma como passou por uma erosão, a quantidade de fumaça de seu carro, etc. Como sempre, o Danilo, que estava logo a minha frente, ia me amolando que a Band dele andava mais que a minha, que ele estava subindo em 5a, que ele fazia e acontecia, etc. Assim, em uma distraída dele, abri para esquerda, acelerei e emparelhei. Quando percebeu o que estava prestes a acontecer, já era tarde. A Band Assassina já deixava a dele para trás, que acabou sendo retido por buracos em sua trajetória. Não é preciso dizer como ficou seu estado de espírito (compreende-se agora por que ele não gostou da volta :)). Veio com tudo para cima de mim, mas como eu já o esperava, ia controlando-o pelo retrovisor, facilmente impedindo seus avanços. Para tornar a brincadeira mais interessante também ia dando-lhe um banho de poeira, acelerando enquanto mudava o curso da Band. Quase mudei a cor de sua Toyota :).
Íamos seguindo e nos divertindo. Talvez à exceção do Danilo, que agora só tinha um objetivo na vida. Mais para a frente, passamos por uma subestação da Petrobrás que, à  noite, é uma verdadeira visão de Blade Runner. Muitas luzes, tanques e tubos de montão.
Eu seguia atrás do Niva dos amigos do Fábio (niveiro só anda em bando...:)). De repente, em meio a uma subida, o Niva parou. Apagou todas as luzes e parei atrás. Alertei o comboio pelo rádio enquanto o Danilo aproveitava para me ultrapassar em bandeira amarela. Mal terminei de falar, o valente jipinho já avançava novamente e logo alcançávamos o comboio.
Pouco depois já rodávamos sobre asfalto, chegamos a um posto em Mogi das Cruzes onde paramos e contamos as mentiras de praxe. Só aí nosso amigo e condutor Fábio Parmesão, no mais puro espírito Itajaquara-Tur, confessou-nos nunca ter passado antes por aquele caminho, como aliás, boa parte de nós já desconfiava :).
Graças à sua audácia, fizemos um dos retornos mais divertidos da Itajaquara-Tur.
Ah, sim! Antes que o Jorge reclame: a Land esteve conosco o tempo todo. A Sônia ia passando-nos suas impressões, sempre na linguagem do Pê.
Inclusive, para satisfação de nosso amigo, informo:
1) A Land não quebrou;
2) A Land não deu trabalho;
3) A Land não ultrapassou ninguém mas;
4) A Land também não foi ultrapassada por ninguém.
5) A Land não teve nenhum pneu furado mas;
6) A Land também não teve nenhum Danilo dirigindo;
7) A Land não deve ser confundida com Band (muito mais carro :));
8) A Land do Jorge, bem como toda a família Iguario não podem ser esquecidos.
Bem, depois de 8 citações da Land (opa, mais uma) em seqüência, dou por encerrada nossa saga. Que se não tem a profundidade de um Fernando Pessoa, nem a extensão de Guerra e Paz, deixou, em cada um de seus participantes, uma chamazinha que garanto não vai mais se apagar.
De minha parte, registro que foi um grande prazer e uma grande honra compartilhar momentos tão especiais com pessoas tão companheiras, alegres e prontas para qualquer desafio.
Toda a família Pedroso está ansiosa pela próxima aventura e esperando  contar com a participação (quem sabe?) de todos os membros dessa lista. (Aí sim, consideraremos um verdadeiro passeio da JipeNet...:-D).
Obrigado a todos que tiveram a paciência de nos acompanhar até aqui. Que seja um incentivo para que cada um pense e organize um passeio como esse.

Câmbio final.

Abraços belos,

Decio Pedroso

JIPENET/SP/Band Assassina
Sócio-Fundador da Itajaquara-Tur
Seu Programa de Índio ou sua Rotina de Volta.
PessoALL,
Tive o IMENSO prazer de conhecer, ao vivo, essa turma da ITAJAQUARA-TUR. Quem nào foi ao passeio em Ilha Bela, perdeu.
Agradeço ao Pessoal de São Paulo, pela maravilhosa acolhida que tive, tanto, que já estou planejando a ida ao próximo encontro. Rodei +/- 1400 km para participar deste evento, e rodaria outro tanto, se fosse necessário.
Não cito nomes, por medo de esquecer alguem, mas voces foram ótimos. Obrigado por tudo, inclusive pelo título de Diretor para Assuntos de Longa Distância e Roubadas em Geral da Itajaquara-Tur.
Espero poder algum dia retribuir. Gente, a trilha esteve D+. Teve até um caso de uma roda-livre que...
Bem deixa prá lá!
Um abraço,
Raul Caramaschi Filho/CJ-5/Vitara
J.C.Goiás